Dragões só respiram no prolongamento
UM DUELO de alta-voltagem. Assim pode ser
definido o embate que quarta-feira opôs o Barreirense e o FC Porto,
vencido (100-95) pelos dragões apenas no prolongamento, altura em que a
turma das Antas beneficiou das melhores soluções ao nível da rotação do
seu valioso plantel.
Na verdade, os dragões só respiraram no fatal "overtime", num jogo que fez lembrar renhidos duelos de um passado recente.
Se
a partida foi emotiva e proporcionou momentos de grande qualidade, o
que se passou fora do recinto do jogo foi muito pouco edificante, pois
o autocarro que transportou a comitiva portista ficou com os vidros
partidos. Segundo informações prestadas por José Tenório, director do
Barreirense, os responsáveis por este acto de vandalismo foram alguns
jovens, os quais não chegaram a ser identificados pela GNR destacada
para fazer a segurança no Pav. Municipal do Barreiro.
"Fomos
muito maltratados nesta deslocação ao Barreiro. Vândalos partiram os
vidros da nossa camioneta. Não fomos respeitados", começou por afirmar
Alberto Babo, técnico portista, o qual, sobre a partida, referiu: "A
paciente rotação dos nossos jogadores permitiu que o Barreirense não
fugisse no marcador de forma assustadora."
Na verdade, o
nervosismo com que Alberto Babo surgiu na sala de Imprensa era
compreensível. Até 4,30 minutos do fim quem liderou a contagem foi a
combativa formação do Barreiro, a qual, através do seu estilo de jogo
rápido, envolvente e agressivo colocou imensos problemas aos jogadores
do FC Porto.
Contudo, as exclusões (com cinco faltas) dos
norte-americanos Eric Clark e Laverne Evans acabaram por precipitar a
derrota do Barreirense, turma que não possui tantas soluções em termos
de gestão do plantel, o qual tem sido deveras "espremido" nesta sua
estreia na Liga profissional.
"Lutamos até à exaustão. Espero
que a Direcção olhe para estas camisolas suadas. Falta-nos mais
alguém", constatou Francisco Cabrita, técnico do Barreirense.
Destaque,
na equipa das Antas, para a excelente actuação de Nuno Marçal, autor de
34 pontos (mais sete ressaltos), o MVP do encontro.
Ovarense sem problemas
A Ovarense, por seu lado, não encontrou grandes problemas na sua deslocação ao pavilhão do Gaia, vencendo por 103-79.
Com
Nuno Manarte e Joffre Lleal em bom plano, a turma de Jorge Araújo cedo
se adiantou no "placard", graças a uma solidez defensiva que os da casa
não conseguiram contrariar, e depois soube controlar a partida,
vencendo por 24 pontos de diferença. "Fizemos um jogo péssimo
colectivamente", lamentou-se o técnico do Gaia, Mário Barros, enquanto
Jorge Araújo reconhecia: "A nossa vitória começou nas tabelas
defensivas."
In "Record Online"